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Comerciantes criticam cobrança de 13º aluguel e aplicação do IGP-M, que subiu 23% no ano passado, nos contratos de locação, em meio à pandemia
SÃO PAULO — Administradoras de shoppings e lojistas terminaram o ano em guerra. São duas as razões: a cobrança do 13º aluguel das lojas em dezembro, algo contratual, mas que vem sendo alvo de críticas de lojistas diante da crise provocada pela pandemia, e a aplicação do IGP-M para a correção dos contratos de locação. O índice subiu 23,14% em 2020, muito acima da inflação oficial e das vendas.

Donos de lojas afirmam que as duas medidas não são justas em um ano com forte queda de vendas, restrições de horários e de público. E afirmam que os administradores de shoppings estão se atendo apenas aos contratos — sem levar em conta a realidade do setor.

Muitos alegam que algumas imobiliárias, por exemplo, trocaram a correção dos aluguéis do IGP-M para o IPCA, que mede a inflação oficial do país.

O IGP-M, medido pela FGV, tem 60% do seu índice composto pelos preços no atacado, que foram muito influenciados pelo alta do dólar e pelo aumento dos preços de commodities agrícolas e minerais. Isso fez o índice disparar. O IPCA, concentrado somente nos preços ao consumidor, deve ter fechado o ano em pouco acima de 4%, segundo as projeções do mercado. O IBGE divulgará o índice no dia 12 de janeiro.

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— O 13º aluguel é contratual e ocorria quando as vendas subiam, os shoppings funcionavam até a meia-noite em dezembro, havia razão. Mas agora não há qualquer sensibilidade — afirmou Tito Bessa Junior, presidente da Associação Brasileira dos Lojistas Satélites (Ablos), que representa cerca de sete mil lojistas.

Fonte:
Jornal O Globo
Henrique Gomes Batista