A Tribuna - 28/09/2003
Depois de 122 cheques devolvidos, 39 títulos protestados e ter passado de 1997 a 2000 enforcado em dividas, o empresário santista Fábio Henrique, de 33 anos, enfrenta agora mais um desafio: sobreviver a uma queda de 30% nas vendas em relação ao ano passado. Apesar da forte crise econômica do momento, ele garante que sairá bem desse quadro, afinal sobreviveu aos quatro anos de penúria, que resultaram no livro, de sua autoria, Tire sua empresa das trevas.
"A falta de capital, os problemas financeiros, as dívidas, os protestos, a falta de caixa, a falta de recursos para investimentos" — esta frase, uma das primeiras do livro, sintetizam as dificuldades que Henrique e pequenos empresários como ele, por todo o País, têm enfrentado nos últimos anos. A identificação com o drama e as dicas narrados na obra é tão grande que o autor já vendeu exemplares no Rio Grande do Sul e na Paraíba — detalhe: a publicação foi financiada pelo próprio Fábio Henrique.
Henrique, que já prestou vários serviços, hoje voltou o foco de sua empresa, a Type Artes Gráficas, para comunicação visual e fotolito. Ele emprega 18 funcionários, pensa duas vezes antes de comprar um equipamento, enxuga custos e faz as contas antes de investir no crescimento do negócio. Foi a falta desses cuidados que quase o levou à bancarrota.
Ele conta que as dividas começaram a crescer em 1997, quando fez muitos investimentos. Com um novo sócio na empresa, ele comprou uma máquina de cerca de US$ 50 mil (R$ 147 mil). Os negócios cresceram até dez vezes em pouco tempo, mas faltou caixa para cobrir gastos com a matéria-prima. "isto tudo foi resultado de muito investimento mal planejado".
Com as dificuldades, os bancos fecharam as portas e os cheques devolvidos se transformaram em bola de neve. "Ai foi tudo para o Serasa". Mas, afirma Henrrique, ele teve um "estalo" e, ao invés de se desesperar e buscar apenas recursos para pagar juros e multas, resolveu reavaliar o negócio e descobrir o que provocou a crise da empresa.
Primeiro ele suspendeu todos os pagamentos por três meses. Apesar do transtorno com a devolução dos cheques, a despesa financeira despencou e refez o caixa. Como ele queria voltar às pazes com os fornecedores e continuar no mercado, procurou todos os credores e renegociou os pagamentos. Em 2000, ele pagou todas as contas e voltou à estabilidade. Mas teve que cortar serviços, se concentrando na comunicação visual. Em todo esse período de crise, afirma o empresário, ele teve que fazer de-missões e chegou a atrasar salários no máximo em dez dias. "Era um inferno e achei que ia fechar".
Nova crise
Após a primeira tempestade, Henrique enfrenta a segunda. O arrocho económico promovido pelo Governo atingiu em cheio a empresa, que no começo do ano havia comprado um equipamento e logo em seguida foi surpreendida por uma queda de 30% nos negócios. Com a experiência própria e uma pós-graduação em gestão empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no currículo, Henrique diz que faz uma análise rigorosa dos custos. "Esta crise é nova para mim, pois vinha crescendo nos últimos dez anos, mas temos que nos adaptar à receita".
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